Roberto Bárzola: o novo rosto por trás do mistério de Nora Dalmasso, um true crime argentino

Roberto Bárzola, o novo suspeito no caso Nora Dalmasso, traz uma reviravolta crucial ao true crime argentino. Descubra evidências de DNA e desdobramentos que podem finalmente desvendar mistério.

Sumário

Quase duas décadas se passaram desde que o brutal assassinato de Nora Dalmasso chocou a Argentina, transformando-se em um dos feminicídios mais emblemáticos e persistentes sem solução na história recente do país. Para os entusiastas de true crime, este caso é um prato cheio de reviravoltas, falhas investigativas e um labirinto judicial que desafia a lógica. Enquanto a minissérie da Netflix “As Mil Mortes de Nora Dalmasso” reacende o interesse público e revisita as complexidades do caso, uma reviravolta judicial de proporções significativas direciona os holofotes para um novo nome: Roberto Bárzola.

Conhecido polidor de pisos na cidade de Rio Cuarto, em Córdoba, cujo DNA foi encontrado de forma crucial na cena do crime, Roberto Bárzola emerge como o mais recente e, talvez, mais promissor suspeito. Longe das narrativas midiáticas que, por anos, se concentraram na vida íntima da vítima e em sua família, a justiça argentina agora se debruça sobre Bárzola, um homem cuja possível ligação com o crime foi, de maneira surpreendente, apontada por um ex-agente do FBI há muitos anos, mas ignorada pelas autoridades da época.

O cenário de um crime sem respostas: a morte de Nora Dalmasso

Nora Dalmasso, uma respeitada designer de interiores de 51 anos, levava uma vida confortável em Río Cuarto ao lado de seu marido, Marcelo Macarrón, um renomado traumatologista, e do casal de filhos. A família residia no condomínio de luxo Villa Golf, um local visto como um refúgio de segurança e tranquilidade. No entanto, em 26 de novembro de 2006, essa tranquilidade foi brutalmente rompida. Nora foi encontrada morta no quarto de sua filha, um cenário que rapidamente se tornaria o epicentro de um mistério nacional e um clássico caso de true crime.

Os detalhes da descoberta eram chocantes: o corpo de Nora estava seminu, e a causa da morte foi identificada como estrangulamento mecânico, causado com o cinto de seu próprio roupão. Além disso, Nora tinha sinais de ter sido golpeada com um objeto contundente. A autópsia inicial, um ponto de discórdia e especulação durante todo o caso, sugeriu que o encontro sexual que precedeu sua morte poderia ter sido consensual, uma vez que não foram encontrados sinais de defesa contra um ataque sexual. Essa interpretação inicial, no entanto, seria posteriormente contestada e reavaliada.

No momento do crime, somente Nora estava em casa. Seu marido, Marcelo Macarrón, estava em um torneio de golfe no Uruguai, enquanto o filho, Facundo Macarrón, universitário, participava de uma festa no Rotary Club em Córdoba, distante cerca de 240 km da casa dos pais. A filha, Valentina, estudava nos Estados Unidos. A ausência de sinais de arrombamento na residência levou os investigadores a uma conclusão inicial perturbadora: o assassino tinha acesso à casa ou foi permitido entrar, sugerindo uma conexão prévia com Nora ou com o ambiente familiar. A falta de um arrombamento evidente e a natureza do estrangulamento apontavam para um crime passional ou para alguém conhecido da vítima, o que direcionou as primeiras investigações para o círculo íntimo da família.

Investigação conturbada: um caminho marcado por erros e desvios

A investigação do caso Dalmasso serve como um estudo de caso sobre como a falha na preservação da cena do crime e a influência da opinião pública, abastecidea pela mídia, podem comprometer a busca pela verdade. Este true crime é um exemplo claro de como a negligência inicial pode ter consequências duradouras. Desde os primeiros momentos, a cena do crime foi comprometida. Dezenas de pessoas, incluindo vizinhos, curiosos e até mesmo autoridades não diretamente envolvidas na investigação, circularam pelo local antes da chegada e atuação adequada dos peritos. Essa negligência inicial resultou na perda e contaminação de evidências cruciais, um erro que assombraria o caso por anos e dificultaria imensamente a identificação do verdadeiro culpado.

O foco da investigação e, de forma ainda mais intensa, da mídia, rapidamente se desviou das provas concretas para a vida íntima de Nora e sua família. Rumores, especulações e julgamentos morais sobre a conduta da vítima preencheram o vácuo deixado pela falta de informações claras e pela ineficácia da investigação. Nora Dalmasso foi, de certa forma, “revitimizada” pela narrativa pública, que a desumanizou e a transformou em objeto de escrutínio e condenação. A imprensa sensacionalista, em particular, explorou detalhes íntimos e não confirmados, criando uma imagem distorcida de Nora e desviando a atenção dos verdadeiros desafios da investigação criminal.

Delia “Nené” Grassi, mãe de Nora Dalmasso, faleceu aos 91 anos, em agosto de 2022, em Río Cuarto. Reconhecida por sua luta incansável por justiça após o feminicídio de Nora, Nené Grassi chegou a declarar em 2006 que havia “uma máfia” por trás do crime, mas sempre falou “por uma intuição de mãe” sem provas concretas. Ao longo das décadas, ela acompanhou de perto o andamento do caso e manteve suas suspeitas contra figuras de destaque no entorno da vítima, permanecendo até o fim uma voz de questionamento e resistência diante das falhas do sistema judicial argentino.

O labirinto de suspeitos: acusações e absolvições

Fotografia da família Macarrón: Facundo, Marcelo, Valentina e a avó Delia “Nené” Grassi, figuras centrais no caso de true crime de Nora Dalmasso.
A Família Macarrón: Facundo, Marcelo, Valentina e a avó Delia “Nené” Grassi, que enfrentaram anos de escrutínio público e judicial no complexo caso de true crime de Nora Dalmasso.

Ao longo dos anos, o caso Dalmasso se tornou um verdadeiro “labirinto judicial”, com uma sucessão de indivíduos sendo apontados como suspeitos, apenas para serem posteriormente descartados ou absolvidos, gerando frustração e aprofundando a sensação de impunidade, cenário comum em muitos casos de true crime sem solução:

Um pedreiro: Foi um dos primeiros a ser acusado, mas as provas contra ele não se sustentaram, sendo rapidamente descartado da linha de investigação principal.

Facundo Macarrón (filho): A acusação contra Facundo foi particularmente brutal e controversa. Baseada em evidências de DNA consideradas frágeis e em especulações sobre sua orientação sexual, essa linha de investigação causou imenso sofrimento à família. O diretor Jamie Crawford, do documentário da Netflix, descreveu essa acusação como “brutal”, destacando o impacto devastador na vida do jovem. Facundo foi forçado a “sair do armário” publicamente para tentar provar que não poderia ter tido um encontro sexual com a mãe, uma exposição íntima e dolorosa que ilustra o nível de invasão e julgamento que a família sofreu por parte da mídia e do sistema judicial.

Marcelo Macarrón (marido): O viúvo também foi alvo de teorias complexas e, por vezes, fantasiosas, incluindo a de um “voo fantasma” – a ideia de que ele teria retornado secretamente do Uruguai para cometer o crime e depois voltado ao torneio de golfe – ou de ter contratado matadores. Em 2022, após um longo e exaustivo processo judicial, Marcelo foi julgado e absolvido por falta de provas, a pedido da própria promotoria. Embora a absolvição tenha trazido um alívio à família, o crime permanecia sem solução, e a sensação de impunidade persistia, alimentando a crença de que a verdade estava sendo obscurecida.

“El Francés” David (Miguel Rohrer): Um amigo da família, Miguel Rohrer, apelidado de “El Francés”, também foi investigado intensamente. Chegou a ser apontado pelos filhos de Nora como possível amante da mãe, o que adicionou mais uma camada de drama e especulação ao caso. No entanto, Rohrer voluntariamente se submeteu a exames de DNA que o descartaram como suspeito, embora as suspeitas populares sobre ele tenham persistido por um tempo.

Retrato de Gaston Zárate, inocente que foi preso sob suspeita de assassinar Nora Dalmasso, com expressão séria
O pintor Gaston Zárate foi acusado e depois inocentado, figura polêmica no feminicídio de Nora Dalmasso

Gastón Zárate (pintor): Outro suspeito foi o pintor que trabalhou na casa de Nora. Sua imputação e posterior libertação mobilizaram a população de Río Cuarto, que saiu às ruas para protestar contra o que consideravam uma injustiça. Esse evento, no entanto, contrastou notavelmente com a ausência de marchas protestantes por justiça para Nora, evidenciando a seletividade da indignação pública e a forma como a sociedade reagia aos diferentes suspeitos.

Bárzola: a emergência de um novo suspeito e a conexão ignorada do FBI

 Fotografia de Roberto Bárzola, o novo suspeito no caso de true crime de Nora Dalmasso na Argentina.
Roberto Bárzola: o homem cujo DNA reacendeu a esperança de justiça no emblemático caso de true crime de Nora Dalmasso, na Argentina. Foto: Reprodução Tele Córdoba.

Em dezembro de 2024, quase 18 anos após o crime, o caso Dalmasso ganhou um novo e, possivelmente, decisivo capítulo, que reacendeu as esperanças de uma resolução. Um novo e aprofundado exame de DNA, utilizando técnicas mais avançadas do que as disponíveis na época do crime, apontou Roberto Bárzola, um polidor de pisos que havia realizado trabalhos na casa da família Macarrón-Dalmasso na época do crime, como o principal suspeito.

Seu perfil genético coincidiu com amostras cruciais encontradas na cena do crime: um dos três rastros presentes no cinto do roupão utilizado para estrangular Nora e um pelo pubiano coletado na zona inguinal do corpo da vítima. Essa evidência de DNA é considerada a mais sólida até o momento e representa um avanço significativo na investigação, um ponto crucial e científico para qualquer análise de true crime.

O mais intrigante e, para muitos, revoltante, é que a ligação de Bárzola com o crime não era uma descoberta totalmente nova. Cinco meses após o assassinato, em abril de 2007, um ex-agente do FBI, Stephen Walker, especialista em perfis criminais e análise de cenas de crime, contratado pelo viúvo Marcelo Macarrón, já havia recomendado enfaticamente a investigação de Bárzola e de seu chefe.

A recomendação do especialista do FBI baseou-se em uma análise minuciosa das inconsistências nos depoimentos de Bárzola e seu chefe sobre seus movimentos no dia do crime. Ambos apresentaram versões contraditórias e os guardas do condomínio negaram suas presenças na casa no horário do assassinato. Além disso, havia relatos de que a própria Nora havia expressado medo de ficar sozinha com os trabalhadores, um detalhe que, se tivesse sido levado a sério na época, poderia ter mudado o curso da investigação.

No entanto, essa linha de investigação crucial foi, de forma inexplicável, ignorada pelos promotores da época. Em vez de seguir a pista apontada pelo FBI, as autoridades argentinas mantiveram o foco na família Macarrón, perpetuando um ciclo de acusações infundadas e desvio de atenção que custou anos de sofrimento à família e atrasou a busca pela verdadeira justiça. A solicitação de Marcelo Macarrón para incluir Bárzola em uma lista de pessoas a serem investigadas e submetidas a exames de DNA foi negada pela Justiça na época, uma decisão que hoje se mostra como um erro grave e custoso, um ponto de reflexão para o estudo de casos de true crime.

A vida de Roberto Bárzola sob os holofotes da suspeita

Roberto Bárzola, que hoje tem 44 anos e completará 45 em janeiro, viu sua vida mudar drasticamente com a nova imputação. Ele não trabalha mais no setor da construção civil, onde atuava como polidor de pisos, mas continua trabalhando para se sustentar. Segundo seus advogados, Cristian Titarelli e Aquiles Rodríguez, Bárzola conta com o apoio incondicional de amigos e familiares e não está “encerrado”, ou seja, não se isolou socialmente, mantendo sua rotina na medida do possível. Ele se declara surpreso com a acusação e afirma nunca ter se sentido suspeito, agindo sempre com normalidade e sem motivos para se esconder.

Bárzola é casado, tem filhos e netos, e insiste veementemente que não possui antecedentes criminais, o que, se confirmado, poderia influenciar a percepção pública e judicial sobre ele. Atualmente, ele está em liberdade, mas sujeito a regras de monitoramento judicial, como a obrigação de fixar e manter um domicílio e de avisar a justiça sobre qualquer viagem. Ele não possui restrições migratórias, o que lhe permite certa liberdade de movimento, mas sempre sob o escrutínio judicial.

Um aspecto importante que seus advogados destacam é a sua colaboração com a justiça. Eles ratificaram que Bárzola nunca ofereceu resistência para realizar os exames de DNA e sempre compareceu às intimações sem qualquer preocupação ou tentativa de adiamento, nunca se mudando de Río Cuarto. Essa postura colaborativa é um ponto a ser considerado em sua defesa. Ele também realizará as perícias psiquiátricas e psicológicas ordenadas pela Justiça, que estão em fase de execução e podem fornecer degtalhes importantes sobre seu perfil.

Durante seu depoimento como testemunha no julgamento contra Marcelo Macarrón, Bárzola afirmou que no dia do crime foi trabalhar na casa de Nora, mas não tocou a campainha. Ele esperou seu chefe na porta, sob chuva, e como ele não chegou, Bárzola teria ido embora. Essa versão, no entanto, contrasta com as inconsistências apontadas pelo relatório do FBI anos antes, que questionava a veracidade de seu álibi e a presença dele no local.

O futuro do caso: entre o “Juízo da Verdade” e a busca por condenação

Com a emergência de Roberto Bárzola como principal suspeito, o caso Dalmasso entra em uma nova e complexa fase jurídica. Bárzola foi imputado por “abuso sexual seguido de morte”, uma acusação grave que reflete a reinterpretação das evidências e a gravidade do crime. Em maio de 2025, a justiça argentina rejeitou seu pedido de prescrição, mantendo as investigações ativas e a possibilidade de um julgamento, o que representa uma vitória para a família da vítima e para a busca por justiça, um desfecho aguardado por muitos fãs de true crime.

O caso agora se move em direção a um possível “juízo da verdade” (juicio por la verdad histórica), um tipo de julgamento que existe na Argentina e busca estabelecer a culpa sem necessariamente resultar em uma sentença penal. Esse formato pode ser utilizado para conciliar os direitos dos familiares ao acesso à Justiça e o dever do Estado de investigar fatos delitivos onde direitos humanos foram vulnerados, mesmo que o prazo para uma condenação criminal tradicional tenha expirado ou esteja em debate. A defesa de Bárzola, no entanto, rejeitou essa possibilidade, alegando que a exposição midiática inerente a tal processo poderia causar “danos” irreparáveis a seu cliente, argumentando que a reputação de Bárzola está comprometida.

Por outro lado, a família Macarrón e o novo promotor do caso, Pablo Jávega, apelam por um julgamento criminal completo, buscando uma condenação penal e a aplicação da pena máxima. Eles argumentam que o tempo de prescrição deveria ter sido pausado durante o longo período em que foram injustamente acusados e submetidos a um intenso escrutínio público, e que a impunidade não pode prevalecer.

A complexidade do debate sobre a prescrição é um ponto central, com os advogados de Bárzola citando que a Corte Suprema de Justiça sustenta que a interrupção do prazo de prescrição deve ser por um fato posterior ao investigado e com sentença condenatória, o que adiciona uma camada de complexidade jurídica ao caso. Recentemente, os advogados de Bárzola renunciaram à sua defesa, adicionando nova camada de incerteza e complexidade ao processo, o que pode atrasar ainda mais a resolução.

A reinterpretação da natureza do encontro sexual: um ponto crucial

Um dos pontos mais significativos da investigação atual, sob a liderança do promotor Pablo Jávega, é a redefinição da natureza do encontro sexual que precedeu a morte de Nora. Por anos, a narrativa de um encontro consensual permeou o caso, influenciando a opinião pública e as linhas de investigação, o que contribuiu para a revitimização da vítima. No entanto, Jávega esclareceu que, ao contrário do que se falou no julgamento anterior, o encontro sexual não foi consensual.

A imputação por “abuso sexual seguido de morte” baseia-se em evidências concretas e irrefutáveis: o achado de material genético de Bárzola na região pubiana da vítima e as lesões constatadas no corpo de Nora, que indicam resistência e violência. Somado a isso, a ausência de qualquer vínculo conhecido ou relacionamento prévio entre Bárzola e Nora reforça a tese de que não houve consentimento, mas sim uma agressão e um ataque surpresivo e violento. Essa reinterpretação é crucial, pois muda fundamentalmente a compreensão do crime, afastando as especulações sobre a vida íntima de Nora e focando na violência sofrida, o que é essencial para a busca da justiça e para combater a cultura de culpabilização da vítima.

Impacto do documentário da Netflix: reacender o debate e buscar Justiça

O lançamento da minissérie “As Mil Mortes de Nora Dalmasso” pela Netflix, em junho de 2025, teve um impacto significativo, reacendendo o interesse público e midiático em um caso que, para muitos fãs de true crime, já estava esquecido ou arquivado. Dirigido pelo jornalista britânico Jamie Crawford, que possui uma conexão pessoal com Río Cuarto e a família Dalmasso, o documentário não se propôs a resolver o crime, mas sim a explorar as múltiplas facetas do caso, o impacto na família e o papel da mídia e da justiça.

Temas Centrais e Críticas da Produção

O documentário aborda temas como o machismo estrutural na América Latina, o feminicídio como fenômeno silenciado e a revitimização da vítima pela mídia e pela sociedade. Ele critica o sensacionalismo jornalístico que desumanizou Nora e desviou o foco da investigação. Embora a série não tenha sido o catalisador da reviravolta judicial com Bárzola, ela certamente contribuiu para manter o caso vivo na memória coletiva e para aprofundar a discussão sobre a justiça e a mídia em casos de true crime de grande repercussão.

Conclusão: busca contínua pela verdade em um true crime intrincado

O caso Nora Dalmasso, com suas reviravoltas, falhas investigativas e a recente emergência de Roberto Bárzola como principal suspeito, continua a ser um dos mais complexos exemplos de true crime na Argentina. A jornada da justiça, marcada por erros e desvios, agora se concentra em evidências científicas que podem, finalmente, trazer clareza a um mistério de quase duas décadas. A história de Nora Dalmasso é um lembrete contundente da importância da investigação rigorosa, da ética jornalística e da luta incessante por justiça para as vítimas de crimes brutais.

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